Saturday, April 19, 2014

Fahrenheit 451, por Ray Bradbury



Sinopse
A obra de Bradbury descreve um governo totalitário, num futuro incerto mas próximo, que proíbe qualquer livro ou tipo de leitura, prevendo que o povo possa ficar instruído e se rebelar contra o status quo. Tudo é controlado e as pessoas só têm conhecimento dos fatos por aparelhos de TVs instaladas em suas casas ou em praças ao ar livre. O livro conta a história de Guy Montag, que no início tem prazer com sua profissão de bombeiro, cuja função nessa sociedade imune a incêndios é queimar livros e tudo que diga respeito à leitura. Quando Montag conhece Clarisse McClellan, uma menina de dezesseis anos que reflete sobre o mundo à sua volta e que o instiga a fazer o mesmo,  ele percebe o quanto tem sido infeliz no seu relacionamento com a esposa, Mildred. Ele passa a se sentir incomodado com sua profissão e descontente com a autoridade e com os cidadãos. A partir daí, o protagonista tenta mudar a sociedade e encontrar sua felicidade.

     
A temperatura na qual o livro pega fogo e queima...

   Fahrenheit 451 é uma verdadeira relíquia da história do homem. Ray Bradbury previu uma sociedade do futuro em 1953 e acertou praticamente em cheio.
   Fahrenheit 451 é a temperatura em que o livro queima - esta ideia faz jus a profissão de Guy Montag, homem que no inicio da história é um bombeiro,e que nessa sociedade futurística tem a função de queimar em vez de apagar o fogo - queimar livros. A humanidade chegou a conclusão de que livros, filosofia, línguas, história e o conhecimento não dizem nada com nada, sendo gradualmente dispensados da vida dos homens. Professores, pesquisadores e escritores não existem mais. Todos concentram-se nos grandes telões que têm nas salas de suas casas, que apresentam grande importância ao ponto de serem conhecidos como a "família" de cada indivíduo. 
    Neste ambiente, Montag conhece Clarisse McClellan, personagem jovem que é considerada estranha e anti social por parar para refletir sobre o mundo ao seu redor e sobre as atitudes das pessoas nessa sociedade - como tudo é mais superficial, e as relações pessoais não têm mais espaço.
    Após algumas conversas com esta jovem, Montag passa por uma revolução em si mesmo e passa a se indagar sobre o mundo no qual está vivendo e porque todos agem da forma que agem. Ele passa a ser crítico. Por que as pessoas são proibidas de ler? Por que todos não ligam mais para o simples da vida, mas sim para o que se passa nos grandes telões? Por que a verdade de suas vidas tornou-se o que a mídia e o governo dizem, e não seu próprio pensamento reflexivo?
     Montag vê se com um novo olhar sobre tudo a sua volta, e resolve seguir o seu caminho para encontrar a felicidade. Assim como na Teoria da Caverna de Platão, sair de sua caverna de conforto nessa sociedade totalitária tem seu peso e seu sacrifício, porém Montag mesmo assim o enfrenta e questiona tudo e todos.
     A obra de Ray Bradbury é brilhante, e explora uma ótima análise do ser humano. Esta história foi publicada no ano de 1953 - ano em que as transmissões de TV foram criadas, a década de 50, os "anos dourados" com grandes avanços na tecnologia. Este escritor simplesmente pôde prever como as sociedades estariam dali a alguns anos, e ele não errou. Quantas famílias hoje em dia perderam seu contato pessoal e dão mais atenção ao que a grande mídia controladora diz, aos grandes "telões" em suas salas? Quantos são aqueles que não concordam com o governo e agem contra isso? 
     Este livro tem fundamentos inteligentes, e mesmo tendo sido escrita há 61 anos atrás, nos traz verdades presentes nos dias de hoje. Há grandes lições e aprendizados aqui, indico a todo o público que deseja enxergar a sociedade de forma diferente.

Quer saber o que outros leitores estão achando deste livro? Clique aqui.

Trechos: " Os livros, assim diziam os malditos críticos esnobes, eram água de louça suja. Não admira que parassem de ser vendidos, disseram os críticos. Mas o público, sabendo o que queria, com a cabeça no ar, deixou que as histórias em quadrinhos sobrevivessem. E as revistas de sexo em 3D, é claro. Aí está, Montag. A coisa não veio do governo. Não houve nenhum decreto, nenhuma declaração, nenhuma censura como ponto de partida. Não! A tecnologia, a exploração das massas e a pressão das minorias realizaram a façanha, graças a Deus."
" Ela não queria saber como uma coisa era feita, mas porquê. Isso pode ser embaraçoso. Você pergunta o porquê de muitas coisas e, se insistir, acaba se tornando realmente muito infeliz."
" Se não quiser um homem politicamente infeliz, não lhe dê os dois lados de uma questão para resolver; dê-lhe apenas um. Melhor ainda, não lhe dê nenhum. Deixe que ele se esqueça que há uma coisa como a guerra. Se o governo é ineficaz, despótico e ávido por impostos, melhor que ele seja tudo isso do que as pessoas se preocuparem se ele é ou não."
" O televisor é "real", É imediato, tem dimensão. Diz o que você deve pensar e o bombardeia com isso. Ele tem que ter razão. Ele parece ter muita razão. Ele o leva tão depressa às conclusões que sua cabeça não tem tempo para protestar: "Isso é bobagem!"


Depressão pós-livro: 100%
Avaliação Final: 100%

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